Você deve saber que a cerveja que você conheceu por um bom tempo da sua vida é uma bebida com álcool, feita com malte de cevada (e por isso, com glúten) e com uma quantidade de aproximadamente 150 kcal em uma lata de 350ml de uma Pilsen.
Cerveja sempre foi um alimento do qual os celíacos precisavam manter distância. Também sempre foi vista como uma bebida que “dá barriga” – mesmo que isso esteja muito mais ligado ao que se come quando se bebe, e a quanto se bebe. E ainda, a quem não pudesse ingerir álcool, que nem chegasse perto.
Hoje, felizmente, a indústria cervejeira tem feito novas e ótimas versões de cerveja para atender públicos que não podem (ou não querem) consumir o produto como ele sempre foi conhecido.
As cervejas sem glúten já são bastante frequentes no mercado brasileiro. Elas geralmente são produzidas de duas formas: ou a partir de cereais que não tem glúten, ou utilizando-se enzimas que quebram a proteína. Há alguns anos, as cervejas sem glúten começaram a surgir. Os estilos base eram uma Lager leve. Os amantes de cervejas de diferentes estilos e sabores acabavam ficando de fora deste universo. Entretanto, pouco tempo atrás isso começou a mudar. A Capitu, cervejaria de São Paulo, levantou a bandeira do sem glúten e, com toda a sua criatividade, trouxe estilos bastante inusitados. Em 2016, a Capitu lançou a Diadorim, uma Belgian Saison com mandioquinha, sua primeira cerveja sem glúten, e, em seguida, a Capitu You, uma Hop Lager com biomassa de banana verde e sorgo branco. Para quem gosta de IPA, a Cervejaria Dádiva acabou de lançar a versão sem glúten da sua IPA. A receita é a mesma da IPA, mas dessa vez ela recebe uma enzima para quebrar o glúten. O resultado foi uma cerveja com menos de 10 ppm (partículas por milhão) de glúten, dentro do limite de 20 ppm considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde.
Aos que não consomem álcool, felizmente, hoje as opções são muito mais amplas, indo das belgas às cervejas de estilos alemãs. Para se fazer cerveja sem álcool, há dois principais processos. Um dos mais sofisticados é o uso de máquinas com sistemas de membranas que retiram o álcool da cerveja. Outro processo comumente utilizado é a fermentação interrompida. Ou seja, a fermentação dura menos tempo que o normal e é feita a temperaturas mais baixas, entre 6 e 7 graus Celsius. O álcool é formado, mas em pequeníssima quantidade. A legislação brasileira estabelece que para ser denominada cerveja sem álcool, a cerveja pode ter até 0,5% vol. Na Europa, o teor alcóolico máximo permitido nas sem álcool é de 1% vol.
O consumo de cerveja sem álcool cresce 5% por ano no Brasil, e a ABInbev espera que esta categoria represente 20% do mercado em 8 anos. Talvez isso estimulado mais cervejarias a investirem neste segmento. A Erdinger Alkoholfrei é uma cerveja de trigo alemã com sabor e aparência turva, como uma Weiss deve ser. A minha preferida é a Brugse Zot, que é a versão sem álcool da sua Blond Ale. Os aromas e sabores típicos da fermentação com leveduras belgas são bem presentes e a cerveja é muito saborosa.
Se você quer uma cerveja com álcool e pouco calórica, o ideal é buscar por uma low carb. Em janeiro deste ano, a cervejaria Noi, de Niterói, lançou a sua cerveja low carb. O estilo base é uma Pilsen, mas dessa vez, com carboidratos e teor alcóolico reduzidos, tem leve amargor, notas de pão e cereais, e 28 calorias por 100ml. Isso significa menos de 100 calorias por lata de 355ml, quase 35% menos que as 150 calorias das cervejas do mesmo estilo.
Assim, a cerveja segue sendo democrática e inclusiva. Escolha a sua. Independente do seu gosto e restrição alimentar, há excelentes opções.
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