Neste ano, a Dádiva fez uma cerveja especial para o mês de março, mês marcado pelo Dia Internacional da Mulher, que vai levar um assunto muito importante à mesa dos bares e dos lares: a violência doméstica.
Logo no início da pandemia de COVID-19 foi constatado um aumento de denúncias, através do 180, de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A violência doméstica é um assunto de todos. É um problema que acontece, em formas e proporções diferentes, com mulheres de todas as raças, religiões, classes sociais e graus de escolarização, em todas as regiões do mundo.
Temos um tabu na sociedade que é sobre “não meter a colher em briga de marido e mulher”. Infelizmente, este tipo de pensamento ainda dificulta muito a vida de mulheres que passam pela situação da violência doméstica. Entrevistamos a Renata Albertim, co-fundadora e Diretora Executiva da Mete a Colher, uma empresa que promove exatamente este tipo de quebra de paradigma.
Abaixo, a entrevista completa.
1. O que a Mete a Colher é e como trabalha? Por que é importante meter a colher em briga de marido e mulher
O Mete a Colher é uma startup de impacto social que desenvolve tecnologia para combater a violência contra as mulheres. Desenvolvemos plataformas online para ajudar mulheres vítimas de violência assim como aproveitamos plataformas já existentes, como instagram, para compartilhar conteúdo sobre Violência contra as Mulheres e também responder aos pedidos de ajuda que nos chegam pelo DM. Nenhuma mulher deve sofrer violência, por que quer que seja, o seu ambiente doméstico não pode ser um espaço permissível para que violências aconteçam. Por isso a importância de Mete a Colher é tentar garantir os direitos das mulheres que têm seus corpos e vontades violados e violentados.
2. Por que é importante que o assunto da violência doméstica não seja um tabu na sociedade e seja colocado em discussão?
Esconder o problema não vai fazer com que ele desapareça, muito pelo contrário, faz com que ela cresça e faça outras mulheres e meninas vítimas daquela condição violenta. Ditados antigos como “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” ou a aceitação de comportamentos violentos por parte dos homens fortalecem a estrutura machista e patriarcal que toda a sociedade está submetida. A violência contra as mulheres não é uma questão que atinge apenas a vida das vítimas, mas sim de toda a sociedade, a economia, visto que mulheres que sofrem violencia geram mais gastos públicos com saúde (violência doméstica é problema de saúde pública), e também são as que mais sofrem quando estão empregadas. Mulheres que sofrem violência doméstica e trabalham, por exemplo, faltam em média 18 dias de trabalho por ano, gerando uma perda de massa salarial de R$1bilhão por ano. É necessário resolver o problema, atuar para combater, não podemos permitir que metade da população mundial seja vítima dentro do ambiente do lar.
3. Qual seria o primeiro passo para uma mulher conseguir sair da situação de violência doméstica?
O primeiro passo é ela ter consciência que sofre violência e que deseja sair da situação. Depois dessa decisão bastante pessoal é importante ela buscar locais que possam ajudá-la a sair da condição de violência e fazer denúncia. Aqui no Brasil temos uma rede de enfrentamento à violência contra as mulheres que contam com delegacias especializadas da mulher, centros de referência de atendimento à mulher, defensoria especializada onde as mulheres podem buscar apoio especializados que ajudam bastante. No entanto, e infelizmente, algumas mulheres relatam sofrer revitimização, preconceito e piadinhas nesses espaços que só confirmam como o machismo se faz presente além da importância de investir em treinamentos para os prestadores de serviços que trabalham na ponta atendendo as mulheres vítimas de violência.
4. Quais cuidados a mulher deve tomar neste processo?
É importante salvar provas, sempre que puder e tiver provas; não duvidar das ameaças que o companheiro fizer; se estiver sendo ameaçada de morte ir na delegacia para solicitar uma medida protetiva. Para além disso, é importante contar com uma rede de apoio, pessoas próximas como amigas e familiares que podem ajudá-la sempre que precisar.
No Instagram da Dádiva você encontra mais conteúdos sobre este tema.
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