Neste ano, a Dádiva fez uma cerveja especial para o mês de março, mês marcado pelo Dia Internacional da Mulher, que vai levar um assunto muito importante à mesa dos bares e dos lares: a violência doméstica.
O projeto Justiceiras nasceu na pandemia para prestar apoio às vítimas de violência doméstica. Entrevistamos a sua fundadora, Dra. Gabriela Manssur, Promotora de Justiça. Ela nos contou sobre o projeto e explicou porquê o assunto da violência doméstica é um assunto de todos.
Abaixo, a entrevista completa:
Dra. Gabriela Manssur: O Justiceiras surgiu a partir da necessidade de canais alternativos para atendimento imediato às mulheres vítimas de violência, principalmente em razão da pandemia que vivemos hoje, onde a vítima começou a passar mais tempo na presença do agressor, e, isso aumentou significativamente os índices de violência doméstica. O Projeto justiceiras atua no atendimento em rede virtual a vítimas de violência doméstica. Através do WhatsApp (11 99639 1212) a vítima será conectada a profissionais da área jurídica, médica, psicológica, assistência social e rede de apoio e acolhimento. Seu intuito é acolher esta vítima para enfrentar todos os passos até o rompimento do ciclo de violência. Contabilizamos mais de 5.000 vitimas atendidas, 4.000 voluntárias, com impacto na vida de mais de 10.000 famílias.
Dra. Gabriela Manssur: Uma a cada duas mulheres já foi ou é vítima de alguma forma de violência, seja no âmbito familiar, no ambiente de trabalho ou qualquer meio social. A violência contra a mulher tem índices altíssimos e alarmantes e não devem ser vistos como minoria, este assunto deve ser tratado em rodas de conversa tanto no meio familiar, quanto no meio social, para que as pessoas entendam o que é, como ocorre e o que pode ser feito em situações de violência doméstica. Até mesmo porque muitas vezes a própria vítima tem dificuldade de reconhecer e se identificar em uma situação de violência doméstica. A mudança desta realidade deve partir de cada um, é uma reeducação social. A conscientização social é necessária para que haja a quebra de tabus como o de que “briga de marido e mulher não te meter a colher”, á violência doméstica deve ser assunto tratado nas rodas de conversa, nos seios familiares, essa prática precisa ser compreendida por todos, para que assim deixe de ser maquiada e naturalizada pela relação conjugal.
Dra. Gabriela Manssur: A vítima deve buscar apoio e abrigo junto a família ou amigos quando possível. Caso não haja esta possibilidade ela pode procurar casas de abrigo a mulheres vítimas de violência na localidade dela. A segurança dela é primordial e, na maioria das vezes, ela pode estar correndo risco de vida. Todo acolhimento e apoio neste momento de tamanha vulnerabilidade é muito valioso, isto ajudará a vítima no rompimento do ciclo da violência. Buscar apoio psicológico com profissional qualificado irá ajudar a lidar com a situação, buscando a superação dos traumas e dores da vítima.
Dra. Gabriela Manssur: O contato do projeto pode ser realizado tanto pelo número de WhatsApp (11) 99639-1212, quanto por meio do site https://justiceiras.org.br. O projeto Justiceiras apresenta uma equipe composta por gestão administrativa e rede de lideranças (nacionais e locais) devidamente capacitadas e especializadas em todas as nossas áreas de atuação (jurídica, psicológica, sócio assistencial, médica e rede de apoio e acolhimento) com experiência em atendimento a vítima de violência doméstica e familiar, que auxiliam e orientam todas as voluntárias, buscando sempre aprimorar o trabalho desenvolvido, para atender da melhor forma as necessidades apresentadas em cada caso.
Dra. Gabriela Manssur: O Justiceiras atua de forma voluntária para informar e orientar mulheres de forma totalmente gratuita e online, somos uma rede de mulheres unidas para informar e, antes de mais nada, apoiar, fortalecer e encorajar quem estiver em situação de violência doméstica. Caso queira contribuir, basta se cadastrar neste link https://bit.ly/3aaBa8E. Precisamos de voluntarias das seguintes áreas técnicas:
• Médica
• Jurídica
• Assistência Social
• Psicologia
• Estagiários das profissões acima
Também temos a área de “Rede de Apoio e Acolhimento” composta por voluntárias mulheres que queiram contribuir dividindo suas histórias e dando apoio às vítimas. Profissionais e técnicos de outras áreas que queiram contribuir com a parte administrativa e organizacional da atividade também serão bem vindos.
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